Pegada ambiental ou pegada ecológica?

Pegada ambiental ou pegada ecológica?

A forma como nós vivemos no planeta Terra deixa marcas no meio ambiente equiparáveis a pegadas quando caminhamos.

Dependendo do modo como caminhamos essas pegadas podem ser maiores ou menores.

Foi para medir, em termos ambientais, a pressão causada pelo consumo dos recursos naturais pelos humanos que se desenvolveu uma metodologia denominada por pegada ambiental.

A pegada ecológica refere-se à quantidade de terra e mar (medida em hectares) necessária para sustentar os estilos de vida das gerações atuais considerando todos os recursos materiais e energéticos gastos por uma determinada população.

A pegada ecológica é um indicador de sustentabilidade?

A pegada ecológica é usada em todo o mundo como indicador de sustentabilidade ambiental que compara a procura humana por recursos naturais, necessários para produzir os bens de consumo e serviços, com a capacidade regenerativa do planeta, ou seja, a biocapacidade do planeta.

Ao mesmo tempo, integra a pegada de carbono, que representa o número de florestas indispensáveis para absorver as emissões de CO2 que os oceanos não conseguem capturar – sendo esse o único produto residual contabilizado.

Tanto a pegada ecológica como a biocapacidade são expressas em hectares globais (gha) o que representa a capacidade de produção de um hectare de terra, considerando a produtividade média mundial. Ou seja, a pegada ecológica analisa o impacto que produzimos na nossa biosfera.

Por outras palavras, trata-se de traduzir em hectares a extensão de território que uma pessoa ou toda a sociedade ‘utiliza’ em média, para se sustentar.

O que é um hectare global?

Um hectare global é uma medida que representa a produtividade de um hectare de terra, isto é a capacidade da terra para gerar recursos renováveis e de absorver os resíduos produzidos pelo ser humano - bio capacidade.

Para que serve a pegada ecológica?

Desse modo, a pegada ecológica – ecological footprint - permite contabilizar os recursos biológicos renováveis, como a madeira e fibras, sementes e vegetais, carne e peixe, energia renovável, segmentados em agricultura, pecuária e pesca, florestas, área construída, energia e absorção de dióxido de carbono, CO2.

Os impactos das nossas ações no meio ambiente, ou a nossa pegada ecológica, está ligada à crescente procura mundial por bens de consumo, que coloca em risco os principais recursos naturais do planeta. Muitas vezes não temos consciência do impacto que causa no equilibrio ambiental.

Ou seja, quando alguém decide construir uma fábrica vai gastar recursos naturais para oferecer um determinado tipo de produto. 

O mais certo é que, tanto o fabricante como o consumidor, não saibam qual a procura ecológica que o bem causou na natureza e essa falta de informação contribui para a sobrecarga ecológica do planeta.

A questão chave para formular a pegada ecológica é saber qual a quantidade de recursos naturais necessária para manter a população mundial bem vestida, alimentada, hidratada e atualizada com bens de consumo inovadores e saber também se o consumo humano está dentro da biocapacidade do planeta.  

Segundo o professor Geoffrey P. Hammond, o termo pegada ambiental tem o mesmo significado que pegada ecológica ou eco pegada.

Como se calcula a pegada ecológica?

Para calcular a pegada ecológica consideram-se várias formas de uso de recursos naturais. Cada uma delas pode ser medida em unidades de terra, importantes para manter a produtividade biológica. Recursos que não podem ser aferidos através desses termos são excluídos do cálculo.

É por isso, por exemplo, que os resíduos sólidos e a água não são contabilizados na pegada ecológica.

Os componentes da pegada dividem-se em sub pegadas que, quando somadas, revelam a pegada ecológica total.

As sub pegadas são calculadas por meio de tabelas especificas e convertidas em hectares. Exemplos:

  • Retenção de carbono – quantidade de floresta necessária para absorver o dióxido de carbono que os oceanos não absorveram
  • Pastagem – área necessária para a criação de gado para abate, para leite, produção de couro e de lã.
  • Florestal – Baseada no consumo anual de madeira para diversos produtos
  • Pesqueiros – Baseia-se numa estimativa de produção para sustentar peixes e mariscos capturados de água doce ou do mar
  • Áreas de cultivo - Representada pelas áreas necessárias para cultivo de alimentos humanos e rações para animais, oleaginosas e borracha
  • Áreas construídas – Representadas por todas as áreas com infraestrutura humana, assim como transportes, indústrias, reservatórios para geração de energia elétrica e habitações

Que outros indicadores de sustentabilidade podemos utilizar?

Atualmente, já temos outros indicadores de sustentabilidade que nos ajudam a entender o impacto que geramos no planeta, por exemplo, pegada hídrica e pegada de carbono.

A pegada hídrica, medida em litros, pode ser subdividida em água azul, verde e cinza, para englobar melhor a sua procura e tem como finalidade medir o impacto na nossa hidrosfera.

A água azul refere-se à água subterrânea, à água doce e às águas de lagos e rios. A água verde refere-se à água da chuva e a água cinza refere-se à quantidade de água necessária para diluir quaisquer poluente produzido.

Por sua vez, a pegada de carbono mede a quantidade de dióxido de carbono (CO2) que foi emitido na atmosfera, direta ou indiretamente, por atividades humanas ou que foram acumuladas ao longo da vida útil de um produto, ou seja, mede o impacto causado na nossa atmosfera.  

Enquanto certos modelos económicos medem os custos financeiros dos produtos, o conceito das pegadas – ecológica, de água, de carbono e outras – permitem avaliar os custos dos recursos naturais envolvidos na produção de determinado bem a partir das quantidade de solo, materiais e água utilizadas e das emissões de gases que contribuem para o aquecimento global.

Todos os produtos, como um prato ou um casaco de algodão, têm impacto sobre os recursos naturais em toda a cadeia de produção. O casaco de algodão, por exemplo, utiliza recursos no cultivo e na colheita do algodão, nas operações de transformação do algodão em tecido, na produção final do vestuário, no transporte, etc.

Todas essas etapas requerem recursos como solo, água, materiais e energia, que são medidas pelos diferentes tipos de pegadas. A pegada ecológica do casaco de lã, por exemplo, é medida pela soma das sub pegadas (retenção de carbono, floresta, área de cultivo, de pasto, etc.) para determinar, em hectares globais, o rasto ambiental do produto.

Para a indústria é importante ter noção das pegadas, em cada etapa do processo de fabricação, pois esse estudo revela a eficiência dos seus processos relativamente ao uso de recursos naturais, além de permitir identificar vulnerabilidades em cada processo da cadeia de abastecimento.

Para o poder público, é importante para elaborar políticas de uso de recursos naturais que evitem o déficit ecológico.

O impacto das pegadas depende de cada local, da natureza da terra, da forma como é usada e da existência de usos alternativos.

A pegada ecológica não revela diretamente impactos ecológicos ou sociais mas revela os fatores que provocam esses impactos. Por outras palavras, é o conjunto de rastros no meio ambiente, em termos de hectares globais, e, geralmente, quanto maior a pegada, maior o impacto causado.

De um modo geral verificamos que as sociedades fortemente industrializadas possuem pegadas maiores do que as de menor industrialização. Simultaneamente, cada vez mais se procuram recursos em diferentes zonas do planeta, deixando pegadas em diversas partes do planeta.

A análise da pegada ecológica serve de advertência para refletirmos sobre os nossos modos de vida e sugerem a necessidade de seguir diretrizes de sustentabilidade e apoiar um vasto programa de mudanças que nos façam refletir em que direção devemos ir.

É uma boa referência para seguirmos de forma que o planeta suporte a humanidade.

 

Post baseado em:

Entenda o que é pegada ecológica - eCycle

O que é pegada ambiental e pegada ecológica? | Oficina de Textos | Comunitexto (ofitexto.com.br)

Pegada ecológica – Wikipédia, a enciclopédia livre (wikipedia.org)

 

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